Com 2,3 pontos nos anos finais do ensino fundamental,
Maceió conseguiu ser a capital com o pior desempenho do
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb),
divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) no último dia
15. Para a atual chefe de gabinete da Secretaria Municipal
de Educação, Josefa da Conceição, isso é reflexo de um
descuido com a educação ao longo de anos, e do constante
"troca-troca" de secretários. "São décadas de descaso. Hoje
temos um acúmulo de 52 mil crianças, de 0 a 5 anos, fora
das salas de aula", diz.
Segundo Josefa, a educação de Maceió teve 12 secretários
em oito anos. Nenhum secretário sabia o que ocorria nas
132 escolas do município. "Hoje focamos na formação
individualizada. Conhecemos a necessidade de cada
escola", afirma.
Josefa diz ainda que a secretaria mudou o foco na atuação,
investindo na formação de professores e na infraestrutura.
"Os professores recebem capacitação para ajudar os alunos
das séries iniciais a terem uma caminhada mais
independente". Segundo ela, três escolas devem ser
entregues até o fim do ano, e 20 centros de educação
infantil estão sendo licitados - para incluir as 52 mil crianças
fora de sala de aula. "Além disso, 30 escolas foram
reformadas e outras oito unidades estão sendo ampliadas",
relata. "Com este esforço, estamos trabalhando os
resultados futuros do Ideb".
Ideb
A avaliação foi criada pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em 2007, com
dados contabilizados a partir de 2005, e leva em conta dois
fatores que interferem na qualidade da educação: o
rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) e
médias de desempenho nas avaliações da pasta (Prova
Brasil e Saeb). Os exames avaliam o conhecimento dos
alunos em língua portuguesa e matemática no final dos
ciclos do ensino fundamental, de 4ª série (5º ano) e 8ª série
(9º ano), e no terceiro ano do ensino médio.
UF | Capital | Rede | IDEB 2005 | IDEB 2007 | IDEB 2009 | IDEB 2011 |
AL | MACEIÓ | Municipal | 3,1 | 3,6 | 3,8 | 3,8 |
Fonte: http://noticias.terra.com.br
Acredito que esses resultados são o reflexo da falta de uma
política de gestão pública que dê efetivamente prioridade ao
ensino da educação infantil em nosso município.
Recentemente os indicadores apontaram uma população
de mais de 200.000 (duzentas mil) crianças em idade pré-
escolar, e destas mais de duzentas mil apenas 15.788
recebem atendimento. Um absurdo inadmissível! Além deste
agravante, a maioria das escolas existentes precisam de
reestruturação e aquisição de equipamentos que a tornem
realmente aptas para modalidade, pois grande parte destas
escolas funcionam em espaços adaptados que na realidade
são casebres alugados pela prefeitura sem a estrutura
necessária para atender as crianças, o que vem a contribuir
para o comprometimento da educação em nosso município.
Paulla Sanntos